
A explicação é simples: assim como na Terra, o Sol não é a única fonte de luz na Lua. O solo lunar é formado de silicatos brilhantes que refletem de volta uma parte considerável da luz do Sol, funcionando como uma grande fonte de luz indireta. O efeito é o mesmo que se observa na Terra quando a luz do Sol incide sobre a areia branca da praia ou sob uma superfície coberta de neve (quanto mais branco é o solo mais luz é refletida, por isso esquiadores têm que usar óculos escuros especiais). A fuselagem brilhante do módulo lunar e a cor branca do traje espacial do astronauta que tira a foto ajudam ainda mais na iluminação indireta, em um efeito parecido com o de um assistente que segura uma folha laminada junto a um modelo sendo fotografado. E não se pode esquecer que a própria Terra, com sua cobertura de nuvens brancas e muito maior no céu da Lua do que a Lua aqui (ainda que não tão brilhante), ajuda um pouquinho mais na iluminação da noite ensolarada da Lua.

A explicação para o problema do tamanho das sombras é bastante simples. Primeiramente é importante notar que o terreno lunar não é nada plano, mas cheio de montes, montículos e crateras que muitas vezes são pouco evidentes nas fotos, especialmente nas de menor resolução. Além disso, devemos nos lembrar que uma pessoa em uma elevação lança uma sombra maior do que uma pessoa em um ponto mais baixo. A diferença de tamanho entre as sombras será mais acentuada quanto mais baixo no horizonte estiver o Sol. A figura abaixo ilustra a situação com um modelo em 3D; na imagem os dois bonecos têm a mesma altura e estão a uma mesma distância da borda anterior, de onde vem a luz.

Isto explica o tamanho das sombras na primeira das fotos acima, mas o que dizer das direções delas? O que acontece é que duas sombras vistas em uma foto ou em qualquer representação plana de fato não serão paralelas se estiverem sobre duas superfícies não paralelas. Perceba no modelo 3D acima como a sombra projetada na superfície inclinada parece mudar de direção quando ela encontra a base da elevação. Agora observe as duas imagens abaixo, uma delas de um modelo da superfície lunar que construímos para mostrar este detalhe.

Finalmente, para eliminar qualquer dúvida: acompanhe as duas seqüências de imagens abaixo (retiradas de www.clavius.org, o mais completo site dedicado a combater os argumentos conspiracionistas). Todas as fotos foram tiradas em um terreno praticamente plano. Veja como, à medida que a câmera se afasta é impossível dizer o ângulo real que a sombra faz com o objeto. Na primeira seqüência vê-se que a sombra da rocha faz com a estaca um ângulo de mais ou menos 15 graus. Já na segunda foto, tirada a 20 metros, a sombra da pedra e da estaca parecem quase horizontais. Na segunda seqüência as sombras da pedra e da haste fincada no solo, que são perfeitamente paralelas na vista aérea da primeira foto, parecem ter direções completamente diferentes quando a foto é tirada a 17 metros. Novamente a sombra da pedra, por ser mais curta, parece praticamente horizontal.



Agora observe a foto abaixo, exaustivamente usada pelos conspiracionistas para mostrar como as sombras estão "erradas". Em vista do que mostramos você ainda acha que as sombras nesta foto deveriam realmente ser paralelas?

0 comentários:
Postar um comentário